DA PAZ - 2
DA PAZ - 2
vendaval de parturiente pensamento
desencarna a alma brisa do seu vento
grito pedra de rumor público na voz
dilui-se música em sussurros a sós
mar transbordante em ânsias de maremoto
retorne a ser rio por onde me esgoto
noturno denso de horizonte do nada
transparece-me luz num tudo alvorada
flor breu de embolorado odor jardim
perfuma pétalas de sol dentro de mim
coração tambor de cega hemorragia
flauta gotas horas nos olhos luz do dia
prato profundo de insaciável fome
emerge em jejum da boca que me come
desejo pela outra longe cá ereto
distrai-se na presença terna do afeto
água de tempestade no chão furiosa
goteja calmos lábios na pele da rosa
lógica reta na dureza do problema
faz-se tenros versos nas curvas do poema
Torre Três ( R P )
30_05_24