Grito

Noite clara,

céu azul,

vento frio...

quebra-se um infindável instante.

Um grito sufocado avisto.

Sinto-o palpável, atingido...

Está na minha caneta.

Sigo a decifrá-lo,

escrevê-lo.

Uma luz,

meio penumbra,

meio som,

meio silêncio.

Uma luz,

meus olhos castanhos...

O ar, coisa viva.

Provo-o, saboreando um vinho...

Instante. Quero vivê-lo.

Com minhas mãos

aperto o som,

um grito.

Noite.

Noite breve.

A caneta escreve...

tenta desenhar o invisível!