NOTURNA, FRIA E OUTONAL

Por Érica Cinara Santos)

E quando a noite chega

Com sua face de escuro, breu intenso

Seu sopro de sereno, puro

Traz a sabedoria do descanso

Do necessário refazimento

E quando vem o inverno

Com o seu frio imenso

E o descolorido que tece

Também é ele sábio

Quiçá um convite óbvio

À reunião, ao abraço que aquece

E o outono marrom

Sabe, igualmente, a sua razão

Deixando cair ao chão, remove

O que findou seu dom

Cumpriu sua missão

Pra que a vida, enfim, se renove

OBS.: Porque a vida é uma multidão de ciclos. E, ainda que desafiadores, há que se tirar deles a tristeza, ou, pelo menos, não estacionemos nela. Eis que os ciclos passam. Sim, eles são feitos pra passar. E a beleza ali também há. Pois tudo ensina. E existimos pra aprender o que eles vem nos ensinar. Porque sim, a sabedoria também é noturna, fria e outonal.

Érica Cinara Santos
Enviado por Érica Cinara Santos em 28/05/2024
Reeditado em 29/05/2024
Código do texto: T8073642
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