NOTURNA, FRIA E OUTONAL
Por Érica Cinara Santos)
E quando a noite chega
Com sua face de escuro, breu intenso
Seu sopro de sereno, puro
Traz a sabedoria do descanso
Do necessário refazimento
E quando vem o inverno
Com o seu frio imenso
E o descolorido que tece
Também é ele sábio
Quiçá um convite óbvio
À reunião, ao abraço que aquece
E o outono marrom
Sabe, igualmente, a sua razão
Deixando cair ao chão, remove
O que findou seu dom
Cumpriu sua missão
Pra que a vida, enfim, se renove
OBS.: Porque a vida é uma multidão de ciclos. E, ainda que desafiadores, há que se tirar deles a tristeza, ou, pelo menos, não estacionemos nela. Eis que os ciclos passam. Sim, eles são feitos pra passar. E a beleza ali também há. Pois tudo ensina. E existimos pra aprender o que eles vem nos ensinar. Porque sim, a sabedoria também é noturna, fria e outonal.