Contrários
Sempre me senti sozinha, inadequada
Desde criança meu lugar era distante
No medo dos meus vazios aparentes
Um abrigo de infinitas possibilidades.
Sempre preferi colecionar estrelas, o sol
Num mundo particular de palavras mágicas
No sentimento do despertencimento
A sensação inexplicável de se pertencer.
Sempre escolhi viver na casa dos sonhos
Num abrigo secreto, meu lar de ilusões
Nos espaços vazios de cada um dos cômodos
A completude hospedada nos pequenos detalhes.
Sempre preferi molhar os pés, andar descalços
Nos dias de chuva, nos dias de solidão
Nos lugares inabitados, nem sempre distantes
Carregava comigo cada um dos meus eus.