BORBOLETA

Sem nenhum ruído,

na ponta dos pés,

sopra em meu ouvido:

-Sou a Morte, quem és?

Num instante respondo:

-Eu sou quem procuras,

de ti não me escondo

em ruas escuras.

Contente, me diz:

-Enfim, te encontrei!

Respondo, feliz:

-Tanto te esperei!

Achou-me atrevida,

zangou-se, foi embora,

avisou na saída:

-Eu volto outra hora!

Morte incompetente,

deixou-me sozinha,

partiu de repente,

será sorte minha?

Fascina-me a morte,

de negro vestida,

rodada de sorte

no jogo da vida.

Encanta-me a vida,

em russa roleta,

de asa colorida,

feliz borboleta!

SUELY RIBELLA
Enviado por SUELY RIBELLA em 27/05/2024
Código do texto: T8072976
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