Desflorestado

Devastado na minha própria vastidão solitária

Desolado pelas minhas meditações inconclusas

Encerrado por falta de tempo hábil dado

Arrependido por ser tão insignificante –

Será possível?

Besta desgraçada, desembestada

Pela própria destruição e fúria

De estar vivo; ser de todas as eras, chaves,

Enclaves, de tantas portas, memórias afogadas,

Cadáver sob a terra, enterrado, gritando sede

Cartaz dizendo acabou, adeus, espetáculo

O cinema acabou – todos se retiram da sala

E eu que sou uma fera doce,

Um monstro, um menino,

Destroçado, mutilado,

Decepcionado, descabido e vazio

Descabidamente nu às intempéries do Imponderável

Grito arrepiado: que morro mas não me entrego

Eli Jardel Alexandre
Enviado por Eli Jardel Alexandre em 27/05/2024
Código do texto: T8072961
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.