Desflorestado
Devastado na minha própria vastidão solitária
Desolado pelas minhas meditações inconclusas
Encerrado por falta de tempo hábil dado
Arrependido por ser tão insignificante –
Será possível?
Besta desgraçada, desembestada
Pela própria destruição e fúria
De estar vivo; ser de todas as eras, chaves,
Enclaves, de tantas portas, memórias afogadas,
Cadáver sob a terra, enterrado, gritando sede
Cartaz dizendo acabou, adeus, espetáculo
O cinema acabou – todos se retiram da sala
E eu que sou uma fera doce,
Um monstro, um menino,
Destroçado, mutilado,
Decepcionado, descabido e vazio
Descabidamente nu às intempéries do Imponderável
Grito arrepiado: que morro mas não me entrego