Bastidores

Dos meus tantos amores/

Me pergunta você/

Posso dizer /

Que me apaixonei/

Saindo do meu recato/

Pra te esclarecer/

Fico a pensar/

De fato nem sei o que dizer/

Porque/

Nesses tantos anos fui/

O que ainda não sei/

Talvez/

Apenas um retrato da imaturidade/

Um aventureiro das decisões erradas/

Que faz de nós prisioneiros/

Ando no deserto de mim/

Procurando/

Colhendo nos momentos/

Pedaços de sonhos, que deflagrei/

Tenho saudades de alguém/

Que talvez encontrei/

Mas pela insensatez/

Nunca enxerguei/

Quando sou pessoa/

Talvez seja um homem/

Quando sou amante/

Um animal, que sacia a fome/

Um inconsequente/

Um de tantos outros/

A vislumbrar de ti, só o prazer/

Porque/

Do amor, ainda não sei dizer/

Ele anda em mim/

Participa do meu sangue/

A qualquer hora dessa eternidade/

Mas na essencialidade/

Ainda sou um mero clichê/

Se tu me identificas/

É por você/

Eu ainda tenho que morrer/

Pra aprender/

Que o amor/

Está além das banalidades/

Por isso, sou apenas homem da cidade/

A vagar num escuro/

A procura de luminosidade/

Por isso, desse amor/

Que te faz sofrer/

Erro erudito/

De tantas a me conhecer/

Ainda não sei dizer/