DO JARDINEIRO - 2

DO JARDINEIRO - 2

num canto do sorriso, algo que chora

choro liso que, esse sorrir, enruga

quando piso, com meu olhar, a aurora...

nos olhos, um guizo de dor sanguessuga

dentro do minuto, enxugo a hora

enquanto um luto de saudade enxuga

o líquido produto...e evapora

de mim, o bruto...fica só a ruga

sorrir assim, com lágrima escondida,

faz de mim, o resignado ator

que, num jardim, onde sofre sua flor,

é o jardineiro da própria ferida...

espinheiro que, espinhado de vida,

sente o cheiro do sorriso da dor

Torre Três ( R P )

26_05_24

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 26/05/2024
Reeditado em 26/05/2024
Código do texto: T8072092
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