cidade

linhas verticais,

a cidade é um concreto vazio

exibindo suas distâncias,

no vórtice de uma curva

o horizonte desenhado ,

luzes e traços em um estilo

assimétrico,

ruas margeando avenidas

o papel cinza das lembranças

de caminhos

guiados por geolocalização,

na calçada limítrofe

um rascunho de prédio

rasurado por mãos vazias,

ontem enquanto observava

o horizonte que passa

eu vi um pássaro de asas pesadas

planando sobre as casas

sem poder pousar,

havia no bico a urgência e o vazio

de apontar a rota e a linha,

o pássaro de asas prateadas

passou num átimo de nuvens

que desaparecem flutuando no ar,

a cidade é um concreto vazio

de pequenas verossimilhanças

flutuando no ar das angústias,

cidade não devia rimar

com saudade

ainda que esta também seja

um vazio,

no ocaso, um traço de sol

ilumina um cômodo vazio,

cidade

saudade

e um traço de sol,

uma volta a mais de relógio,

o adágio das canções

que alguém escreveu

em forma de poesia.

DestinoPoesia
Enviado por DestinoPoesia em 25/05/2024
Reeditado em 28/05/2024
Código do texto: T8071228
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