É ASSIM, QUE EU FAÇO VERSOS...
Eu faço versos soltos, versos livres...
Como quem voa rumo ao firmamento
Faço versos luminosos e suspensos
Como quem depura o próprio sofrimento...
Eu faço versos presos, versos atados...
Como quem chora de arrependimento
Faço versos de remorsos e saudades
Como quem desfalece o sentimento...
Eu faço versos ardentes e de volúpia...
Como quem ama sem acolhimento
Faço versos de profundo desencanto
Como quem sonha sem nenhum lamento..
Eu faço versos de sangue e de tristeza...
Como quem morre sem padecimento
Faço versos de mágoas e de perdão
Como quem sente algum constrangimento...
Eu faço versos de amargor, versos silentes...
Como quem desvenda um encantamento
Faço versos esparsos da nossa despedida
Como quem busca um novo salvamento...
Faço versos de luto, versos náufragos...
Como quem se afunda em tormentos
Faço versos tortos e mal traçados
Como quem descreve um rompimento...
Faço versos ateus, versos cristãos...
Como quem abençoa o sacramento
Faço versos declarados e omissos
Como quem vive apenas um momento...