O poema dos exageros
Quebro copos,
tenho a sinapse inacabada
das distâncias,
desajustado nas profundidades,
esbarro em moveis,
em nomes,
me descobri enquanto "ir"
o verbo anômalo
que quase sempre muda o radical,
dou um pitaco e "vou"
em mais um passo
perco o compasso,
novas formas de "ser ",
o verbo anômalo outra vez
me orienta
tenho mesmo
algum quebranto,
um prejuizo
que me causa um certo espanto,
um desavisado
que esbarra em qualquer canto,
conservo a imprecisão no óbvio,
tenho vontades
acima de outros desejos,
quero instruir o meu querer,
extravasar o sentir
em novas formas de "ser",
revelar a topografia das nuvens
o teorema das distâncias.