ACORDA...
Acorda o mundo sem prumo, sem rumo,
Sem nível e sem perfeição...
Acordam, mesmo outros, passarinhos afora
Cantando a mesma canção...
Acordam-se as rosas cheias de espinhos
Em cada espinho a sua razão
A dor em fazer de quem chora lá fora
Floristas sangrando a mão...
Acordam todos de novo, e o povo
E o povo de novo, e um ladrão
Causando estorvo, e a água em um roubo
Deixando mais pobre um ribeirão...
Acordam das sombras, a luz e a miséria
Acordam verdades e desilusão...
Acorda o trabalho, também vagabundo
Acorda o mundo em estérea visão...
Acorda o sol novamente pra gente
Pro inteligente e pro vilão...
Acordam os sábios, os gatos, os crentes
Os alienados, ateus e o cão...
Acordam honestos, o puro e o impuro
Acordam angustia e mansidão...
Acorda a esperança em novo futuro,
Mas também acorda a maldição...
Acordam sempre, e sempre acordam
A fé, o amor, e o irmão...
Acordam vidas possíveis, e a corda
Da vida em nós sem união...
Acorda você, ó Homem que vai
Nos ais do lamento em vão...
Acorda em felicidade que extrai
De tudo uma grande lição...
Acorda-se o amor, a comum semente
Acordam mentes, coração...
Acordam nas terras, brotam contentes
As vidas em oração...
Acorda-se o Eterno... Eternamente
A lei da virtude em ação...
E tudo num acórdão fatalmente
Felizes os dias na eterna bênção...
Acorda uma noite sobre o seu dia
Acorda à sua solidão...
Acordam os dias com a luz da alegria
No sol com sua invasão...
Acorda o vento na bruma dos tempos
Repousando um furacão...
Acordam sem fim astrais poesias
Luzes nas trevas... Perdão!...
Autor: André Luiz Pinheiro
25/06/2019