O poema urge

O poema urge

Quem o pode esperar?

estilhaço de lâmpada partida

vida perdida no meio da dança

trança de pão comido por formigas

o olho do olho do dragão

fumaça de chaminé vazia

ave que desce devagar

tráfego intenso de labutas

o poema

ainda urgiria

se não fosse o fosso

poço de petróleo

atrás do vampiro havia um fuzil

Mas o poema

Urgência atroz de tocaia

Gargalha borbulha e dança

Quem o alcança

Não tropeça nem cansa

Olha o desvio da rota

E salta sem paraquedas

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 23/05/2024
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