O poema urge
O poema urge
Quem o pode esperar?
estilhaço de lâmpada partida
vida perdida no meio da dança
trança de pão comido por formigas
o olho do olho do dragão
fumaça de chaminé vazia
ave que desce devagar
tráfego intenso de labutas
o poema
ainda urgiria
se não fosse o fosso
poço de petróleo
atrás do vampiro havia um fuzil
Mas o poema
Urgência atroz de tocaia
Gargalha borbulha e dança
Quem o alcança
Não tropeça nem cansa
Olha o desvio da rota
E salta sem paraquedas