Olhos de Criança

Quero enxergar o mundo com olhos de encanto,

Onde a luz da esperança brilha em cada canto.

Antes, eu era o sorriso que acolhia,

O ombro amigo que confortava em agonia.

Na juventude, eu era um ouvinte atento,

Um refúgio seguro, um porto no vento.

Mas agora, envelhecido, sinto as dores do tempo,

A angústia que me consome, o peso do lamento.

Receio perder minha sensibilidade,

Erguer muralhas, perder a humanidade.

A rotina me sufoca, me afoga em melancolia,

Enquanto o mundo parece testar minha resistência, dia após dia.

No escritório, a monotonia é como um vício,

O ar da cidade é um veneno que me aprisiona.

Nas ruas barulhentas, me sinto um estrangeiro,

E me pergunto se há algum lugar onde pertenço verdadeiro.

Neste mundo de valores distorcidos,

Onde a malícia é glorificada, os corações endurecidos,

A maldade se alastra, como uma sombra que não se desfaz,

Este mundo não parece ter sido feito para o brilho infantil que nele jaz.

Ainda assim, persisto em estender minha mão,

Oferecer meu apoio, meu coração.

Desejo retornar à inocência de outrora,

Onde a simplicidade reinava, onde a vida era pura.

Que eu possa ser a luz em meio à escuridão,

A esperança que floresce em cada estação.

Que eu não me renda à frieza do mundo,

Mas mantenha viva a chama do amor profundo.

DIEGO SOARES DE SOUZA
Enviado por DIEGO SOARES DE SOUZA em 23/05/2024
Código do texto: T8069567
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