Olhos de Criança
Quero enxergar o mundo com olhos de encanto,
Onde a luz da esperança brilha em cada canto.
Antes, eu era o sorriso que acolhia,
O ombro amigo que confortava em agonia.
Na juventude, eu era um ouvinte atento,
Um refúgio seguro, um porto no vento.
Mas agora, envelhecido, sinto as dores do tempo,
A angústia que me consome, o peso do lamento.
Receio perder minha sensibilidade,
Erguer muralhas, perder a humanidade.
A rotina me sufoca, me afoga em melancolia,
Enquanto o mundo parece testar minha resistência, dia após dia.
No escritório, a monotonia é como um vício,
O ar da cidade é um veneno que me aprisiona.
Nas ruas barulhentas, me sinto um estrangeiro,
E me pergunto se há algum lugar onde pertenço verdadeiro.
Neste mundo de valores distorcidos,
Onde a malícia é glorificada, os corações endurecidos,
A maldade se alastra, como uma sombra que não se desfaz,
Este mundo não parece ter sido feito para o brilho infantil que nele jaz.
Ainda assim, persisto em estender minha mão,
Oferecer meu apoio, meu coração.
Desejo retornar à inocência de outrora,
Onde a simplicidade reinava, onde a vida era pura.
Que eu possa ser a luz em meio à escuridão,
A esperança que floresce em cada estação.
Que eu não me renda à frieza do mundo,
Mas mantenha viva a chama do amor profundo.