Meu escrito: página V
Meu precioso manuscrito sem mão,
te confidencio sem reservar
um fenômeno, que hoje aconteceu e fiz,
um furacão roxo e prata
tal qual uma diversão dançante.
Me desafiei:
praticar um exercício linguístico, literário,
português, poético.
Estudei, li, escrevi, reli
paradoxos, antíteses,
metáforas, símiles, metonímias, sinédoques,
eufemismos,
elipses, zeugmas,…
Eu, que sou uma gramática
morfológica, sintática, ortográfica,
pronominal, prepositiva, conjuntiva,
passivadora, indeterminada, subordinada,
mexi na estrutura sintática das frases,
descartei pronomes, preposições, conjunções.
Quem um dia viu… nunca mais verá!
Quem ainda não viu… continuará sem ver!
Verá só o invisível, não sabe, já foi visível.
Em suma: hoje sobreveio um dia figurado,
um azedo delicioso,
na rede das figuras fenomenais da poesia.