Profissionais da saúde na pandemia

Pés calejados

braços dormentes

mentes anestesiadas

exaustão no corpo e na alma

De repente, o mundo caiu por inteiro

em seus ombros já tão cansados

Há um medo latente

A morte transita livremente entre os corredores

como se fizesse parte do ambiente

conhecesse cada canto do recinto

como se fosse a própria decoração do lugar

E como um vaso feio e disforme que ninguém escolheu

continua por ali enfeiurando a visão

Espera-se que o dia acabe logo

Para que outro comece arrancando suores, lágrimas e dores

Quando acaba?

Que acabe logo para que estes pés possam enfim repousar

Só que em outros campos e ainda caminhando, ainda gerando calos

Porque a jornada é longa e o sustento ainda vai se prover

por meio de outros suores, lágrimas e dores

Em um tempo diferente, mas ainda sob esses ombros já cansados

Que precisavam apenas repousar na sombra fresca da dignidade

>>>TRABALHO DIGNO: REPETE COMIGO<<<

Esse é o grito que queriam ouvir ecoar!

Adrianas
Enviado por Adrianas em 21/05/2024
Reeditado em 21/05/2024
Código do texto: T8068357
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