Profissionais da saúde na pandemia
Pés calejados
braços dormentes
mentes anestesiadas
exaustão no corpo e na alma
De repente, o mundo caiu por inteiro
em seus ombros já tão cansados
Há um medo latente
A morte transita livremente entre os corredores
como se fizesse parte do ambiente
conhecesse cada canto do recinto
como se fosse a própria decoração do lugar
E como um vaso feio e disforme que ninguém escolheu
continua por ali enfeiurando a visão
Espera-se que o dia acabe logo
Para que outro comece arrancando suores, lágrimas e dores
Quando acaba?
Que acabe logo para que estes pés possam enfim repousar
Só que em outros campos e ainda caminhando, ainda gerando calos
Porque a jornada é longa e o sustento ainda vai se prover
por meio de outros suores, lágrimas e dores
Em um tempo diferente, mas ainda sob esses ombros já cansados
Que precisavam apenas repousar na sombra fresca da dignidade
>>>TRABALHO DIGNO: REPETE COMIGO<<<
Esse é o grito que queriam ouvir ecoar!