A CHAMA DO AMOR ETERNO

Um dia, ouvimos falar na chama do amor Eterno.

E, desejamos também como tantos outros...

Porém, teríamos que alcançar a gruta

Onde a tocha se encontrava guardada.

Começamos a caminhar lado a lado,

Em silêncio. Com passos cautelosos

E medidos. Com um leve sussurro nos lábios

Enfrentamos os leões famintos

Atravessamos as águas dos rios bem devagar,

Pisando mansamente, sem rumores...

Os peixes coloridos andavam nas águas

Límpidas. As flores cobriam o chão e as aves

Voavam baixo, quase pousando em nossos ombros.

E cantavam alegremente em meio a tantas

Belezas, onde pairava uma irresistível magia...

Seguimos em silêncio, mas, com determinação.

Vencemos o cansaço dos dias e das noites

E, finalmente, eis a gruta de cristal

Brilhando ao sol como uma imensa

Pedra preciosa, toda revestida de espelhos...

Corremos até ela e vimos nossos rostos

Refletidos. Ao invés, de uma tocha gigante,

Havia a tênue chama de uma lamparina.

Entreolhamo-nos surpresos. Então, a chama

Do amor Eterno era apenas um pequeno olho

De luz alimentado a óleo que poderia

Apagar-se a qualquer momento?

Abraçamo-nos ante a pequena chama

Todo ambiente da gruta fez-se impregnado

De uma profunda ternura. Compreendemos, enfim,

Que o amor não era mais que frágil luz de lamparina.

Queimaria para sempre, sem no entanto, esquecer

De colocar o óleo sem falhar todos os dias, todos os dias...

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 21/05/2024
Código do texto: T8068255
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