Tudo que fora perdido
Não tendo mais água,
Matei a sede com minhas lágrimas
Bebendo gota por gota desta mágoa,
Do animo perdido por estas lástimas...
~
Não tendo mais as tintas,
Escrevi com meu sangue essa memória
E em formalidades distintas,
Que escrevi em versos, uma parte de nossa história...
~
Não tendo mais coragem,
Sacrifiquei o meu medo numa pedra gólgota
Pois quando chovias, esperei pela estiagem,
E na sua casa, esperei que abrisse a porta...
~
Não tendo mais nenhuma munição,
Esperei então, que a guerra acabasse
Deitado sobre os destroços de um coração,
E esperando que em misericórdia tu falasses...
~
Não tendo mais os meus segredos,
Falei como continuidade de um vento
Gritando impropérios à falange destes aedos,
Que faziam versos nas escadarias do nosso templo...
~
Não tendo mais nem a minha vergonha,
Despi-me à frente de um espelho de cristal
Reflexo meu, imagem tua! Bela ou medonha?
O que nos separa entre o bem e o mal?
~
Não tendo mais a minha vida,
Deixei de acreditar num futuro
E revi meu passado de partida,
Equilibrando-se em cima de um muro...
~
Não tendo mais você amor,
Fechei-me no meu mundo, e não pude ver
Que até o meu colorido, foi perdendo a cor,
Pois sem você, também deixei de viver...