CORCEL DESTEMIDO

Eu às vezes tomo uns tragos

Que é pra espantar o tédio

Que isso é o melhor remédio

Pra esquecer a falta de afagos.

Trago da noite os estragos

E a ressaca me faz assédio

Meu cismar é triste, é médio

Meu viver é quase um encargo.

Mas a esperança ainda brota

E meu sonho ainda galopa

Feito um corcel destemido.

Deus me livre das amarras

E da tristeza que escancara

Por morrer sem ter vivido!