O que ansiamos
Nossas vontades se buscam,
Onde o desejo tende a nos encontrar,
Nas ilusões que se avizinham,
Prestes para delirar,
Os corpos entregues na cama,
Sua boa tem vontade própria,
Não tem como impedi-la,
A fome deixa-te Sedenta,
Tal como o roncar do meu estômago,
A língua cresce ao alcance dos lábios,
As mãos tem a chance de o alcançar,
Então não perdeste tempo,
Fixaste o olhar,
Puseste-te a vontade e foste,
A saborear aquele corpo,
Coberto de veias mapeante,
Quente e envolvente,
Inquieto que pulsava em ti,
Como versos famintos,
Seguraste-o firme para não fugir,
Rimaste em cada sequência,
Aos poucos deixas visível,
O seu instinto de loba,
Rugias com toda excitação,
Estavas incrível,
Convulsionavas ao calor da tesão,
Deixaste-te na garganta profunda,
Despertando todos os meus instintos,
Naquela estrofe aguda,
Para que o meu lobo aparecesse,
Ali diante do prazer da carne,
Onde não tínhamos pressa alguma,
Apenas deixávamos nos conhecer,
Cada pouco de nós dois,
Naquele intenso querer,
Convidaste-me a beber dos seus lábios,
Vermelhos carnudos,
Com algumas extremidades finas,
Bem lubrificado e com cheiro forte do prazer,
Que fez-me cair de língua naquela fenda,
Aquela vegetação retinha ao redor,
Era o fervor da minha boca,
Naquele ardente calor,
Minha pura loucura,
Meus dentes arranhão o botão,
Enquanto combinava língua e os dedos,
Subia-me a mente a inspiração,
Suspiravas-me todos os segredos,
Deixando se à mercê de mim,
Para que atingisse o seu fim,
Naquele encantado jardim,
Avassalador da rosa carmim,
Despetalada, nua que cheirava ilusão,
Doaste-te sem pudor,
Uma devassa libertina do amor,
Sobrevoavas o mastro,
Como aeromoça numa aeronave,
Era o delírio no enclave,
Seus lábios gemiam de nervos,
O que ansiamos,
O sangue circulava rápido,
E já estavas na terceira fase,
Sem que tivesse explorado por completo,
As profundezas de ti,
Não quiseste esperar,
Era inquieta a vontade de amar,
Imploraste que navegasse em suas ondas,
O aconchego do seu mar
Para que eu sentisse a quentura,
Apertaste-o para que saísse,
Que eu morra dentro de ti,
Far-lhe-ia ressuscitar,
Quantas vezes quisesses,
Pois, seu fogo era lava,
De um vulcão que acordara,
Sem horas para dormir,
Deste tudo que sabias,
Sedenta pelo licor,
Querendo-o escorregadios,
Entre a boca e o peito,
Até a envoltura dos seus seios (...)
(M&M)