em tua graça
Em tua graça, uma chama ilumina este espaço,
onde a árvore, em seu torcer heroico, se despe,
um tapete de folhas mortas estende-se sob nossos pés.
Recordo-me agora, do teu gesto inaugural,
sob a sombra de uma turmalina, que toda luz absorve,
e os girassóis, ah, os girassóis se inclinam,
sobrecarregados pelos pensamentos que carregas,
tuas mãos, abertas, uma oferenda ao sol,
desvendando teu segredo mais sagrado,
à porta, adornada apenas pela chuva de verão,
esperavas o momento de plenitude.
Entreguei ao ferreiro tua joia mais brilhante,
não era nada mais, nada menos, que uma janela entreaberta,
e, além dela, a vida, em sua incessante criação e destruição.