"EXPECTATIVA/REALIDADE"
e eu que prometi não me deixar engolir
encontro-me cabendo confortável na tua boca.
Apaixonado a gente fica um pouco burro, um tanto mudo, calado, de boca colada, ocupando cuidados com outros assuntos (essenciais). Quando fala, FALA pra cara%$o, pros amigos, pros colegas de escola, de trabalho, almoço de domingo, mesa de bar, botecos imundos... sobre como cada minuto é irretocável, quando juntos, quando a sós. Faz drama, reclama à distância, tem gana à presença,requisita mais tempo, nunca é suficiente, em excesso não faz mal.
Mas afinal, onde é que fica a linha que divide o território de permanecer em si e exagerar na entrega, viver o outro, se abandonar? Até onde é segurança manter-se intacto e quais riscos de mergulhar sem ponderar, beber da fonte de uma paixão? Qual a graça de adentrar pela metade? De medir intimidades? De levantar pé por pé? Como quem cuida ao fechar a porta pra sair sem ser notado, abrindo mão de um beijo de bom dia demorado, do sorriso raiando de cara amassada ao abrir os olhos ainda desorientado.
Sinceramente eu não suporto o morno, o meio-termo, tão logo esfria. Sou dos que vive com vontade visceral o momento, do contrário o momento passa deixando rastros de arrependimento.
Das paixões, dos amores, das entregas, já nem sei mais...
Se tropeço de besta, levando, recomeço, sinto de novo.
Permito que entre, me permito entrar.