Quando do corpo se estende
Quando do corpo se estende
A alma suspira
Por cores do arco-íris
No horizonte do céu além
Não estão na janela
Somente gotas de chuva
Ou de orvalho
Ou transformação da umidade
Restaram na vidraça
As marcas das mãos
(Já invisíveis, por certo)
Já sem o remorso de
Terem sujado a fenestra
Já sem a emoção de
Haver chorado
E as lágrimas
Do rosto terem evaporado
E partículas
Comporem com
Os grãos de tudo
Na claraboia de
Onde se vê os
Passos no atrito do chão molhado.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 15 de abril de 2024