Conclusões
Olho a humanidade e no que se transforma
E até acredito na existência do inferno.
Essa sociedade, em quem ela me torna,
Faz de mim gratidão, por não ser eterno.
Quando a amargura, nossa maior verdade,
Torna o amor mero e mortal suplício,
Começo a entender que essa felicidade,
E mera promessa, lançada em comícios.
Se meu interior luta e busca a verdade,
Que tenha um sentido no sangue que corre,
O passar do tempo e o avançar da idade,
Faz nascer muito pouco, pelo tanto que morre.
Os dias que nascem já sem esperanças
De outros melhores e de novas paixões.
Que por vida nova e não só de lembranças,
Sigam batendo os nossos corações.
Que a visão se apague, e que a voz se cale.
E assim os desejos, deixem de existir.
E que a poesia nunca mais me fale,
Coisas de sonhos, que não quero ouvir.