PERDI AS CONTAS
Perdi as contas das vezes que esperei
ônibus atrasado para ir a lugar nenhum
Perdi as contas, muitas mesmo, do tempo desperdiçado pintando o futuro de verde
E ele veio cinza, cor de tempestade no mar
Perdi as contas, não poucas, quando jurei de pé junto ter feito acordo com a dor,
Que descumpriu sua palavra
E sempre voltou a doer
Perdi as contas das súplicas aos céus:
Passa de mim esse cálice
E a resposta invariável:
Perder é a parte que te cabe por viver.