Paradigma virtual
Internet louca, internet fosca
Vazia de informações
Com 3h de uso minha mente ficou oca
Rola vídeos, aparece violência
Sangue, morte e mulheres sem roupa
Parece um vício e a mente em câmera lenta
Hoje em dia não é mais a presidência que doamos subserviência, mas sim aos celulares que representam a obediência
Tudo que é tendência a gente compra
Meu filho vê três anúncios de notebooks e produtos sem utilidade, já compra
Sem pensar já acabou a conta
A internet nos trouxe a distração e o esvaziamento
Mas é culpa dela ou de nossas atitudes que estamos vivendo, o fenômeno do distanciamento?
Ninguém mais olha nos olhos, pera aí só um momento...
Preciso responder aqui meus cinco grupos e botar nos stories a minha foto na praia
Cerveja na mesa e o corpo do ano
Só pra mostrar que tô vivendo
E não chorando, como sempre faço de noite
Minha alma é carente, queria meu pai aqui me dando "boa noite"
E às vezes um abraço quente
É que neste paradigma virtual
Tudo tem que ser em um breve espaço de tempo
Simulacro, a banalização do mal
Edições nas fotos para não mostrar que estamos mal
E a sociedade caindo no adoecimento
Tudo por uma estética
Corpos morrendo para alcançarem o corpo bonito
E o pior que nisso quem sempre lucra são os ricos
Com suas propagandas da mulher mais bela
Transtornos alimentares e uma morte na tua tela
Mas isso foi uma excessão, não passou-se de um mero acontecido
Não sei se paro ou se fico
Se zero os versos ou se multiplico
Se me abasteço ou me dignifico
Se me calo ou se me comunico
Ou então me certifico, vejo se não estou falando besteiras e aí reflito.
É que nessa internet acho que estou perdendo meu tempo
Nunca mais fiquei na praia com a família tomando vento
Ou então com a namorada, lhe beijando até o fim e contemplando o firmamento
Já perdi minha sensibilidade há muito tempo.
Mas ainda tem saída
Espero mais na fila
Sinta mais calor humano e viva a frase:
"Aproveite bem a vida."