Amanhã...
A cidade chegará.
Não mais verei...
O cair das tardes...
Entre as montanhas.
Pois chegará seus prédios...
Crescentes na vertical.
De tão agressivos...
Só deixam no sentir...
Lembranças melancólicas.
Os verdes campos...
Cinzas tornar-se-ão.
O orvalho...
Perde sua posse rocio.
Para o poluente...
Vícios que assume pulmões.
Amanhã...
A cidade chegará.
E com ela a civilização...
Com sua evolução individual.
Feita de caminhos confusos...
De tempo dúbio...
Sem dilatação para o amanhã.
Desaparecerá o brilho das estrelas...
e a viveza do luar.
Para suas luzes artificiais.
A cidade chegará...
Com seus estranhos ruídos...
De decibéis corrompedores.
Nos metros quadrados diminutos...
Nos seus outeiros favelizados.
Imponente e violenta...
Com cidadães sem cidadania.
Precipitando fugas...
De seus filhos.
Para o pouco que resta...
Dos campos com seus jeitinhos...
De verde.
Romilpereira