Amanhã...
A cidade chegará.

Não mais verei...
O cair das tardes...
Entre as montanhas.

Pois chegará seus prédios...
Crescentes na vertical.

De tão agressivos...
Só deixam no sentir...
Lembranças melancólicas.

Os verdes campos...
Cinzas tornar-se-ão.

O orvalho...
Perde sua posse rocio.

Para o poluente...
Vícios que assume pulmões.

Amanhã...
A cidade chegará.

E com ela a civilização...
Com sua evolução individual.

Feita de caminhos confusos...
De tempo dúbio...
Sem dilatação para o amanhã.

Desaparecerá o brilho das estrelas...
e a viveza do luar.
Para suas luzes artificiais.

A cidade chegará...
Com seus estranhos ruídos...
De decibéis corrompedores.

Nos metros quadrados diminutos...
Nos seus outeiros favelizados.

Imponente e violenta...
Com cidadães sem cidadania.

Precipitando fugas...
De seus filhos.

Para o pouco que resta...
Dos campos com seus jeitinhos...
De verde.

Romilpereira

ROMILPEREIRA
Enviado por ROMILPEREIRA em 06/01/2008
Reeditado em 22/06/2016
Código do texto: T806064
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