O céu do meu quintal
Solta a linha,
num vôo lúdico
de brincar com as nuvens
Para ser menino carece ousadia
de olhares que desafiam
a profundidade do céu
e mãos que desenham
silhuetas de papel de seda
no espaço,
Hoje na imensidão celeste
da abóboda do céu
Um papagaio mergulhou
entre as estrelas
e a timidez da lua minguante
Singrando entre o azul
e um sol de angústia
Naquela distância,
ali do meu quintal
o papagaio era apenas
uma nesga de sombra
guiado por passos
que não vacilavam e,
um gesticular de mãos
próprio das manhãs
agitando suas folhas
Só mesmo um menino
e o seu destemor
São capazes de voar
com os pés bem plantados,
ter impulso de ave
e a sutileza de nuvem nas mãos.