Gás Seco
Quando as batidas do coração se tornam secas
De alegrias inesgotáveis de sal
A angústia se torna rainha no peito ingênuo de pedra
Que as cercam com o pó das ferrugens dos meus passos
Encobrindo meus ossos quebrados de meu olhar
Sobrevoando entre caminhos doentes da matéria
Suprindo as mudanças da aldeia de minhas dores
Inundando a alma fria de gás
Da guerra de minhas esperanças.
E quando o dia se despe e tudo se esvai
Sinto arrepios na pele dos pensamentos escamosos
Que incendeia o coração da noite perdida
Provoco o embrião que chora por segundos existentes
Desnorteando a sua ida indesejável de amarguras
E a luz escassa o tempo turvo da vida que não morre
Mata a saudade que se despede sem querer
Dos braços das algemas que a cortam
Que a prendem por um instante por viver...