Eus
Eis as minhas fortalezas
Eis as minhas fraquezas
Eu que sou tantos
Me perco no meu eu
Que se defronta com o espelho
Às margens de uma existência que não se concretiza
Andarilho às cegas numa busca incerta
Que mais querer
Quando se pensou no ontem como o ínfimo tempo que não se esgota
É tudo seguimento
É tudo busca
Nunca um cessar
Então outros eus de mim nascem como uma reconstrução, uma reconfiguração
De um tempo que sei também me tem
Eu e tempo
Dois momentos unidos num acontecimento que se completa
Sou eu noutros eus
Sou tantos e ninguém
Sou
O limiar de um existir existindo
Sou a dúvida, nunca a certeza