Páginas queimadas
O maldito volta pra casa
Trazendo todas suas maldições
Sangrando pela metade
Ele viu todas as faces surpresas
Mas todos já sabiam que ele
já não estava mais aqui
Mastigado, engolido e cuspido
Já sem sabor
Sem propósito
Sem mais nenhum porque
Sem desculpas
Sem perdão
Sempre é melhor queimar
do que apagar aos poucos
Vem e vai
Beija e morde
A faca sempre entra mas não o suficiente pra matar
Irônicos, sarcásticos
Não sei porque tento agradá-los
Nas madrugadas etéreas
caminho pela minha casa
Configurado nas sombras
nos cantos, de cada pensamento
Algoritmo inacabado
nas chuvas de novembro
esta na hora de queimar as páginas
ao invés de apaga-las