Dormideira
Ao estímulo do tocar, você se esperneia
O contato com as pessoas, você incendeia
Fecha-se, pois acha feio
O mundo, você acha que chateia
Com seu corpúsculo de madeira
Suas verdes madeixas
Para os de fora, não dá deixas
De momentos doces, gosto de ameixas
Sem intrusões feias
Dobrar e fechar de folha
Cria bolha
Único buraco de contato, uma rolha
Que te cobre toda
Preserva sua inocência de moça
Sem coragem, sem força
Nem se ela nutrisse um sentimento
Ligeiramente distorcido
Ela ousa
Se fecha para dormir
Oculta mecha
Sinalizando seu partir
Retira brecha
Entregando seu sumir
A disparar de flecha
Rapidez do ebulir
Partiu dessa
Hora do inibir
Sair de festa