Dormideira

Ao estímulo do tocar, você se esperneia

O contato com as pessoas, você incendeia

Fecha-se, pois acha feio

O mundo, você acha que chateia

Com seu corpúsculo de madeira

Suas verdes madeixas

Para os de fora, não dá deixas

De momentos doces, gosto de ameixas

Sem intrusões feias

Dobrar e fechar de folha

Cria bolha

Único buraco de contato, uma rolha

Que te cobre toda

Preserva sua inocência de moça

Sem coragem, sem força

Nem se ela nutrisse um sentimento

Ligeiramente distorcido

Ela ousa

Se fecha para dormir

Oculta mecha

Sinalizando seu partir

Retira brecha

Entregando seu sumir

A disparar de flecha

Rapidez do ebulir

Partiu dessa

Hora do inibir

Sair de festa

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 09/05/2024
Código do texto: T8059544
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