DO VERMELHO

DO VERMELHO

Abrindo as janelas,

me deparei com elas;

tão vermelhas, tão belas :

as rosas do jardim.

Pétalas de centelhas;

pros meus olhos colhe-las;

belas rosas vermelhas;

de vermelho carmim.

Rubra cor que me tem;

num encarnado bem;

pois vermelhas também

são as damas formosas;

que, no meu coração,

põe a vermelhidão

das pétalas que dão

o vermelho das rosas.

Esse rubro perfume

que tem cor, que tem lume;

tem, também, o queixume :

um ferrão de abelha;

que ferroa meu peito

quando não sou aceito

noutro jardim perfeito;

de perfeição vermelha.

Um jardim espelhado,

onde olho calado...

onde sou ferroado

pel'olhar do espelho;

que, tão mudo, espreita;

numa mudez perfeita...

numa dor que deleita...

num prazer tão vermelho!...

Torre Três ( R P )

09_05_24

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 09/05/2024
Reeditado em 09/05/2024
Código do texto: T8059369
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