Um vazio oceano, de um profundo copo.
Observo, meu corpo afundar
Num profundo oceano
de um copo vazio,
O sol se apagou, mais uma vez
Nas intrépidas prateadas lágrimas
A lua está morta
e em sua órbita
Ainda sangra minha alma
Cálculo, pondero as circunstâncias,
Anulada minha existência
Somo, multiplico, subtraio
e mesmo assim, a loucura é o dourado resultado.
Sem a órbita que habita meu mal
Me perco no labirinto de lembranças e pensamentos
Que à supremas distâncias já me esqueceram
Ditando meu aveludado final
Um encantado castelo de tarot
Foi minha não vida
Um mapa astral feito de espinhos
Foi minha não vida
Máscaras disfarçadas de rostos verdadeiros
Foi minha não vida
E de certa maneira eu sempre soube
Deixei que levassem tudo oque nunca foi meu,
Fui tolo o suficiente em me enganar
Acreditando que poderia as ondas desse maléfico mar
Mudar.
Observo... meu corpo afundar
Num profundo copo
de um oceano vazio
Assisto do mais elegante camarote
Meus cortes serem feitos por aqueles terem dito me amar
Mas do jeito deles, como dizem
As vezes de tão engraçado
choro com gargalhadas ao luar
Lá fora estou
Observo o flertar
Como flechas envenenadas
Devo me calar
Sei que sou como os fantasmas
de minhas memórias,
Nada são minhas palavras
Vazio é meu idioma
Observo meu corpo afundar
Num raso oceano, além de um pôr do sol
Num profundo copo
Em que me afogo...no meu vazio... em minha escuridão
Apenas minha, e de mais ninguém.