No Orum
No Orum, Oxalá dizia a Zambe, as águas cobriam a terra.
Para que tanta água, Obatalá?
Para molhar o mundo, Olorum.
Com um pano grande Zambe secou uma parte.
Do lodo da terra saiu os dois primeiros machos.
A briga foi inevitável e da briga apareceram os beijos
Dos beijos foram para as cópulas
Os dois machos se engravidaram um do outro.
Cada um deles teve três filhos: dois homens, duas mulheres e dois não sei o quê.
Essa é a minha cosmogonia da origem.
Criei meu mito da criação.
Sou um descendente de africano, griô, quase preto velho.
Já posso criar minhas teogonias e meus mitos
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 12 de setembro de 2022