POR FAVOR, SILÊNCIO
Para escrever é preciso calar
e assim ouvir o murmurar baixinho das palavras
que são sopradas aos ouvidos de dentro
como se fossem sussurros vindos do vento
no ramalhar das árvores que ora trago
No bailar calado das palavras escutadas
converso barulhento comigo mesmo
e com a zoeira que escuto lá do fundo do mundo
aquele lugar onde nada se diz e tudo se revela
Para escrever é preciso calar
Por favor não fale agora comigo
pois para enxergar o que os olhos não veem
não quero e nem posso ser interrompido