O MEDO DA POETISA

Meu maior medo me tornando uma poeta

Era tornar-me melancólica

Como se melancolia fosse uma coisa metabólica

Mas depois percebi

Que uma poeta eu já nasci

E que sempre vi a vida

De uma forma colorida

Com os olhos de uma criança

Mantendo sempre a esperança

Melancolia minha cara, você não me alcança

A beleza está nos olhos de quem vê

E eu a vejo em todo lugar

Mesmo nas ações mais fáceis de detestar

Meu medo como poeta

Era perder essa visão tão completa

Era me perder em minhas reflexões

Fazendo com que parassem meus clarões

Acho que todos tem esse medo

Não só os poetas

O medo de acabar com si próprio

Usando apenas o poder da mente

Se tornando um ser incoerente

Que apodrece cada dia mais

Devido a pensamentos que não lhe deixam em paz

E a culpa desse apodrecimento

É o nosso próprio lamento

A arte de perder é muito difícil

Mas essa arte é meu mais novo ofício.

Heloisa Lima
Enviado por Heloisa Lima em 08/05/2024
Código do texto: T8058947
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