O MEDO DA POETISA
Meu maior medo me tornando uma poeta
Era tornar-me melancólica
Como se melancolia fosse uma coisa metabólica
Mas depois percebi
Que uma poeta eu já nasci
E que sempre vi a vida
De uma forma colorida
Com os olhos de uma criança
Mantendo sempre a esperança
Melancolia minha cara, você não me alcança
A beleza está nos olhos de quem vê
E eu a vejo em todo lugar
Mesmo nas ações mais fáceis de detestar
Meu medo como poeta
Era perder essa visão tão completa
Era me perder em minhas reflexões
Fazendo com que parassem meus clarões
Acho que todos tem esse medo
Não só os poetas
O medo de acabar com si próprio
Usando apenas o poder da mente
Se tornando um ser incoerente
Que apodrece cada dia mais
Devido a pensamentos que não lhe deixam em paz
E a culpa desse apodrecimento
É o nosso próprio lamento
A arte de perder é muito difícil
Mas essa arte é meu mais novo ofício.