Eucalipto
I
O que está acontecendo comigo?
Por que a tristeza invade assim o meu coração?
A alma só quer ser feliz e descansar em paz...
Caminhando na trilha da solidão ninguém encontrará sua razão.
E mesmo que a vida seja breve: o frio será eterno.
II
Ó coração por que tu está magoado?
E por que é frustrante as lágrimas de vitórias?
Estamos indo rumo ao precipício?
Quimera louca de um passado na chuva...
Noite de intenso silêncio, onde as trevas são nossa única companhia.
III
Não chore vida! Não chore ó poesia! Não chore ó menino...
Estupenda é a escada que sobe para o Céu.
Divagamos entre o Paraíso e o Inferno, mas esquecemos do amor;
O amor é um soldado machucado pelo tempo, ele pede socorro, ninguém vem, ninguém o ouve, e, o soldado contempla na noite uma luz que aos poucos vai desaparecendo, morrendo e, com um pranto de angústia (do perder da sua fé) é acordado no regaço da virgem: a virgem enfermeira: misericórdia.
IV
Indubitável é a noite que não passa... Noite escura, medo de viver, sede das lágrimas, deserto de emoções, solidão de alegrias, poço da esperança...
O meu pecado é ter acreditado em mim.
Ó oceano sem limites das tantas ilusões:
A vida é uma ilusão. A vida é um teatro. A vida é um morrer que dança. A vida é uma noite sem fim... A vida é um afã maldito!
Os sonhos já não existem: pois tudo que foi, a canção, da queda, arrastou pra longe.., pra distante do coração dos homens.
V
Inefável, visão do Apocalipse... Miragem do pecar, beleza da infelicidade numa neblina densa e morna.
Tudo em mim é uma ventania, tudo em mim é essa manhã da existência platônica... Pobre verme que ama; quem o matará?
Ó essência que gira na torpe insatisfação das galáxias, perdido no olhar de um amor, estou me afogando! Socorro! Socorro! Socorro! A juventude é a única canção dos artistas sonhadores... Morrerei outra vez: e, reencarnarei, num eucalipto.
VI
Eucalipto de amor... Onde o beijo da verdade me aflorará; veja que a Luz é tudo que eu jamais contemplei; sem me aperceber eu estou indo em direção ao Deus da compaixão... Oh meu Deus! Vejam! Vejam! Vejam...! É o ser mais formoso que o existir de mim mesmo poderia conceber aos olhos deste milagre... Na verdade estou morrendo de amor: no fogo assombroso, majestoso e terrível do, Sol, da, encontrada, Felicidade.
VII
Tudo, não mais será como a antiga maldição.