claridade assombrada

Vai! Ó tormenta, bestial desalento

Que devora a terra e nos afasta do céu,

Ai daqueles que não te ouvem, que não sabem

Pelo teu sussurro sucinto a forma imprudente

De se acharem no chão, tão seguros quanto sólidos.

Ah, se eu não tivesse atravessado a linha

Mais segura e rompido as fronteiras onde

As ninfas prometem a verdade, mas apenas

Com suas línguas desenham outras terras, os prazeres

Ardentes, refluxo de vida, e nos condenam ao

Desejo, não haveria necessidade de lhes dizer

Outra canção, senão essa da liberdade

Que cantamos, indiferentes ao caos ardente, brasas

Laboriosas a nos sugerir que a chama não é

Apenas uma sugestão, mas uma forma de nos

Acender para os abismos e as frestas que o mundo

Esconde, e tu serias apenas essa dançarina

Para todo o sempre, dançando ao som delirante de uma

Vida que nunca nos deixa esquecer suas promessas

Mais voluptuosas, encantadas, onde o ordinário

Está sempre a ascender a um cosmo sagrado.

Então, ainda sujo e rastejando, este poema

Deve dizer-lhes que as veredas iluminadas trazem o escuro assombrado,

Mas sem ele, conhece-se apenas a metade.