A EXPRESSÃO TRANSCENDE A RAZÃO

Não importa

O que foi pensado,

dito, escrito

Ou silenciado.

Não importa nada

Que ficou preso

Num livro,

Numa aula,

Ou no silêncio negro de um quadro.

Não importa

toda ilusão linguística e normativa,

todo delírio ou embriaguez biográfica

em turbilhões de imagens,

signos e símbolos.

Nada é mais autêntico e expressivo

do que a banalidade da nudez semiótica de um grito.

As mais radicais formas de expressão

são aquelas que desafiam

os limites da simples razão

transbordando na embriaguez do mito.