Nos Desertos de Tua Alma
O teu coração não tem o vendaval da loucura de sentir o verso da vida
Não tem o veneno que envenena a alma alumiando a eternidade
O teu coração não tem os brilhos dos fogos do poder do riso compromisso com os instantes de leveza e poesia
O teu coração não queima
Não arde no pulsar de um verso
Teu coração algemado, acorrentado nos lamaçais dos teus propósitos bolorentos, avarentos
O teu coração não cospe os fogos do gozo de existir tonturas do verbo existir
Coração estigmatizado inerte cego
Coração Anêmico da doçura de ser livre, leve, solto
Coração Paralítico que não bebe da loucura de ser louco sem paredes e sem muros
Coração míope, débil
Coração torpe e insosso
Porque o teu coração não cheira, não queima, não arde, não pulsa poesia
em labaredas com o gosto da loucura de existir
Coração quebrado gélido frio arrogante
Coração desvio fúnebre dos teus gestos mesquinhos
Coração envergonhado do teu ser menino ainda em fronhas nos berços cruzados de tua infantilidade infantilmente doentia
Valentia torpe
Vômitos de tua arrogância ignóbil
Coração anestesiado, envergado pelo poder de tua razão fria, lodenta, bolorenta, enrugada em paralisia constante
Sem o calor dos ventos que pulsam Deus
Menino Bobo Fantasiado de Vaidades
Tua mira ?
O teu próprio umbigo
Teu ventre?
Teus dogmas fastiosos
Teu olhar?
Apenas a secura de tua desértica sombra sobra absoluta de nada
E funesta e raquítica e atrofiada pela ganância do teu poder que se nutre
de oprimir os vendavais da existência poética dos loucos que não sub-vivem nos teus bandos!
Que não se prostituem com teus rebanhos