Nos Desertos de Tua Alma

O teu coração não tem o vendaval da loucura de sentir o verso da vida

Não tem o veneno que envenena a alma alumiando a eternidade

O teu coração não tem os brilhos dos fogos do poder do riso compromisso com os instantes de leveza e poesia

O teu coração não queima

Não arde no pulsar de um verso

Teu coração algemado, acorrentado nos lamaçais dos teus propósitos bolorentos, avarentos

O teu coração não cospe os fogos do gozo de existir tonturas do verbo existir

Coração estigmatizado inerte cego

Coração Anêmico da doçura de ser livre, leve, solto

Coração Paralítico que não bebe da loucura de ser louco sem paredes e sem muros

Coração míope, débil

Coração torpe e insosso

Porque o teu coração não cheira, não queima, não arde, não pulsa poesia

em labaredas com o gosto da loucura de existir

Coração quebrado gélido frio arrogante

Coração desvio fúnebre dos teus gestos mesquinhos

Coração envergonhado do teu ser menino ainda em fronhas nos berços cruzados de tua infantilidade infantilmente doentia

Valentia torpe

Vômitos de tua arrogância ignóbil

Coração anestesiado, envergado pelo poder de tua razão fria, lodenta, bolorenta, enrugada em paralisia constante

Sem o calor dos ventos que pulsam Deus

Menino Bobo Fantasiado de Vaidades

Tua mira ?

O teu próprio umbigo

Teu ventre?

Teus dogmas fastiosos

Teu olhar?

Apenas a secura de tua desértica sombra sobra absoluta de nada

E funesta e raquítica e atrofiada pela ganância do teu poder que se nutre

de oprimir os vendavais da existência poética dos loucos que não sub-vivem nos teus bandos!

Que não se prostituem com teus rebanhos

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 04/05/2024
Reeditado em 05/05/2024
Código do texto: T8055946
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