Áxis
Como o castigo de atlas
me esmaga o peso
do desejo e das dores
do mundo
desconheço
o fármaco ideal
a cura final
para tal samsara
mas algum poeta
numa ode a precoce
fragilidade humana
já informava
“sou bem moço
pra tanta tristeza”
portanto
sendo moço
eterno moço
divido a vastidão
do incógnito
temor ao tempo
e as correntes
que sustentam
o mundo
com o meu
mais perfeito
e caótico
equilíbrio
Pois em pleno
bloco histórico do
ódio e do medo
não é segredo
que tem-se sempre
que andar amado.