Foi uma sacerdotisa

Foi uma sacerdotisa

Da idade das serras

A inventora da poesia

Ou foi uma indígena

Apaixonada pelo

Guerreiro forte e

Belo com olhos de

Fogo e peitos de bronze

Pode ter sido um

Griô ou rapsodo

Querendo contar

Bonito a história de

Seu povo numa

Noite de frio

Ao redor da fogueira

Ou numa noite de

Calor onde todos

Dançavam e folgavam

Ao sabor da bebida

Fermentada

Foi o jovem indígena de

Pernas de aço

Arfando de desejo

Por outro belo rapaz

Ou pela jovem de

Cabelos enormes

Foi a mulher mais velha

Mãe, avó, bisavó e

Ancestral de todos

Precisando deixar

Nas memórias as

Lembranças dos

Ainda mais velhos

Foi o pajé dançando

Contando os causos

Antigos e dizendo

Das belezas do mundo

Não sei quem inventou

Ela: A poesia

Sei que ela me inventa

Cada dia

E instante

Me faz viver

Para não sucumbir

Na nadidade

Sei que ela me

Sustenta para

Experimentar a dádiva

Maravilhosa de me

Sentir humano

Na excelência de assim

Ser e por benevolência

Sou um dos que

Mal ou bem a

Inventa dia a dia.

(Em homenagem ao dia da poesia).

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 21 de março de 2024.

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 01/05/2024
Código do texto: T8053634
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