Nas fissuras da noite
Nas fissuras da noite
Os homens procuram respostas
Por que suas obras sempre
Estão à volúpia do tempo expostas
Caminham por longos trajetos
Deixam no campo dejetos
Erguem castelos e muros
Mas nunca se sentem seguros
Pois nada do que fazem
Permanece
Tudo o que plantam
Fenece
Quando menos esperam
Anoitece
E seguem seguindo os deuses
Aos quais supõe existir
Mas logo sucumbem seus ossos
E outros seguem a refletir
O que será que nos cabe
Em nosso breve existir?