Tu - Maltrapilho de tu mesmo
As cinzas frias do teu raso olhar
Que finge ver e nada enxerga
Os bolores do teu olhar pequeno
que superficializa o dogma digno dos teus nós
As linhas retas que enviezam o teu olhar ligeiro que só capta a frieza de tua alma gélida, insossa
Ah, os nós do teu olhar infértil,
desértico
Ah, os vermes do teu olhar
anestesiado, empoeirado, solapado
Ah, o teu olhar
deitado no degredo martelo da tua pseudo consciência apalpada nos vieses das despoesias que te cercam
Fabrico inerte de torcidas caolhas,
Tu maltrapilhos - pelegos de plantão com aplausos surdos , mudos
Ledo engano de tuas esquinas
Logradouros de grife de lama podre sem estrumes
Destruindo - tu !
Sem o gozo dos poetas
Sem o gozo dos poetas
Sem o gozo dos poetas
Tu - lápide tosca
Roto desvio
de tuas engrenagens
Ávidas ácidas como o azedume do teu olhar seco maltrapilho de tão tu mesmo
(raicarvalho)
29042024
tarde