MARCAS DO QUE SOU
Cidadão comum,
Filho do mais simples povo
Português, índio e Africano,
Juntos, sou apenas um.
Velho, adulto ou mais novo,
Estas são as marcas do que sou.
Branco, negro ou mulato,
Todos correm em minha veia
Numa única e simples cor.
O vermelho, mais que nato,
Em meu corpo permeia
Mostrando-me as marcas do que sou.
Cabelos emaranhados,
Negros como a noite
Dentes esbranquiçados
Que A muito ringiu de dor
No tronco eu fui o escravo,
Que Sofreu e gemeu de dor
Essas são as marcas do que sou
Busquei sempre a liberdade
Mas fui perseguido
Nunca deixei a vaidade
Tenha meu sonho tolhido
Pois eu queria na verdade
Era nunca ter sofrido
Assim é que sempre fui
Não machuquei a ninguém
Eu carreguei a cruz
Como Jesus também
Ele ao mundo trouxe a luz
Mas partiu sem liberdade para o além.