piso frágil
Tuas vestes ocultam as inúmeras
Correntes do rio, minha túnica foi entregue
Ao passante mais despedaçado,
Ato nobre, ainda que inútil
Para o tronco cujas fibras o fogo devora,
Eu, já consumido,
E ainda assim, a cinza se agarra
Ao carvão, em sua busca pela faísca
Mais eloquente, deseja conhecer o mesmo fogo
Que a trouxe a este mundo,
Anseio por uma viela, ainda que estreita,
Onde meus pés possam tocar
Um solo diferente deste,
Que já não aguenta mais meu peso, clara
Aurora, o que penso de ti? Mas agora é o
Crepúsculo que me acaricia a mão, pertenço
Mais à noite, aos astros me entrego
Na da próxima namorada