Memórias

Hoje minh’alma  re-lê

as coisas que escrevi.

Em algumas me reconheço.

Em outras aos cantos me esqueço,

Mas não esqueço de ti.

 

Seus olhos amendoados

Ainda seguem os olhos meus.

Seus olhos são meus poemas,

Me perco num falso dilema.

Será que são meus ou são seus?

 

A vida nos juntou num sonho,

Mas a realidade nos separou.

Poeta, estrela cadente.

Eu, fada louca e temente

De não ver mais os olhos seus.

 

Fugiste de mim não sei pra onde.

O vento seus olhos levou.

Guardei na memória as sementes,

Vívidas , frescas, envolventes,

Poesias  que a gente plantou.

 

Anos e anos passaram,

Ainda procuro por ti.

Por onde andam seus olhos,

felinos, folgosos, amados.

Olhos que nunca mais vi.

 

Santos/27/04/2024