Aos companheiros de ontem, de hoje e de sempre (ou, o que seria de mim se não fosse eles?),

Eu

Que escutei teus gritos

Da cela ao lado onde o meu corpo sofria

Chorei minhas lágrimas

Ante as feridas que teu corpo recebia

Da cela onde meu corpo sangrava

Calado e com os lábios selados

Na mente eu também gritava

E em coro

No silêncio solitário das celas ao lado

Eu em silêncio ouvia

Nossos companheiros irmanados em luta e pensamento

E sorria

Porque isso nem as dores e feridas eram capazes

De tirar da gente a força e o brio

Que a luta exigia