ÓCIO

Fechada a porta

Aberta a via

Que sempre aclara

Céu, calmaria.

Mergulho a fundo

Doces abismos

Tão familiares

Tão peculiares...

Ganho de corpo

Olhos e asas

Para outros mundos

Tão meus, tão leves...

Sei que não cabe

Anatomia

Na descrição.

Então me calo..

Resvalo leve...

Gota de orvalho

Rota incomum...

Se fuga ou viagem

Em outro astral

Não vem ao caso.

Algum descaso

Ao racional

Um bom escudo...

Mudo e recluso

Puro recato

Não me desgasta.

Entregue e dócil

Mais doce ócio

Deixo-me ser

Ao meu prazer

Um Deus ou átomo.